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domingo, 3 de fevereiro de 2008

O testamento de Heilligenstadt [1]

Sou a vanguarda na época em que não há o menor sentido em se falar em vanguardas. Acredito que é essa a minha subversão, resistir. Ser vanguarda é coisa que eu e meus colegas inventamos em nosso tempo. Que saudade das invenções. Hoje tudo já está dado, basta trocar a ordem. Mas eu resisto. Acho que a música de hoje está velha e carente por caducar. É uma música que se presta a cirurgias plásticas e pílulas e cremes rejuvenescedores. Ela não acaba. Eu sei, no entanto, que a vanguarda um dia vai acabar, e eu com ela. Tudo que é orgânico termina. Música de hoje?, não, nem sequer de plástico ela é. Ela não tem materialidade e não poderá acabar nunca. Mas eu resisto. Até que um dia acabarei, satisfeito por ter resistido até o último instante.

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