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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Nota sobre a arte moderna

Para lembrar que a arte moderna é expressão, é preciso, eu preciso do recurso a uma etimologia barata, e nem por isso inocente: ex-pressão – esmagar o signo contra os signos, para fora da interioridade da percepção. É assim que, por exemplo, opera Manoel de Barros ao falar de suas coisas-sapo, coisas-lesma, coisas-lata, coisas-borboleta. É uma epifania que só existe no papel, que só pode existir no papel. É assim também com os surrealistas e com Monet, com Debussy e Messiaen, com Buñuel, e, arrisco, também com Blanchot: quando o signo se desliga, quando ele mostra-se exterior, puro exterior que é ausência dessa interioridade causal ou originária, então é que passa a existir essa materialidade inexistencialista.

Donde digo que a materialidade é, para os modernos, a questão central. Não a materialidade sensível, mas essa outra, Pura. Somente desligando o signo de sua origem é que essa materialidade pode existir. Somente quando as causas e as origens perdem a importância é que é possível um outro lugar para a arte, um deslocamento no sentido literal.

domingo, 22 de agosto de 2010

Nota sobre Laonikos

Laonikos  permite e obriga a pensar a música da pós-modernidade em termos de riso, esquecimento, ressentimento, temas que nem de longe poderiam ocorrer ao Senhor Boulez.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

sedentarismo contemporâneo

Ei-lo em sua primeira aula de jump: o professor não se cansa de tentar animar a turma: "mexe o braço, galera!", "booooora", "põe gás nisso aí" (seja lá o que represente esse isso aí); ele, aos poucos, contendo as parcas energias já exauridas nos quinze primeiros minutos de aula, simplesmente reduz seus movimentos, encontra seu próprio ritmo, desencontra-se dos ritmos alheios, reencontra-os ocasionalmente: defasagem gradual. O mais (lento) é sempre o menos (cansativo).


É, sobretudo, a incompetência de suportar a rigidez das séries, que nem chegam a ser doze, mas se repetem do início ao fim, do alongamento ao jump ao alongamento do fim da aula.

sábado, 25 de julho de 2009

estudo de rítmica falada n° 1

pra você, minha amiga aí de casa

 

“Porque afinal, quem é que não quer viver um grande amor?, não é, lorinho?” [,papagaio de espuma, voz esganiçada, interagindo:,] “Éééé., isso aê, Aninha”, “Então, loro, hoje, nessa manhã de quarta-feira, eu só queria deixar uma mensagem pra minha amiga lá de casa” [,não, ela nunca decide se é lá ou aí, se é perto ou longe a distância,] “Porque amar faz bem. Mesmo com todas as vicissitudes da vida, mesmo que o maridão ronque de noite,” [, papagaio impertinente após sorrisinho autointeragente:,] “Hiiiiiihihi”, “o que importa é ser feliz. Pode ser nas, pequenas coisas da vida: um bolo que você prepara pro seu amor, uma flor inesperaaada., enfim: nessas delicadezas, nesses… detalhes tão pequenos do dia-a-dia, é que se esconde a grandeza do verdadeiro amor. Então, quando você se achar sozinha, achar que, de repente seu amor não olha mais pra você, olha pra essas pequeeenas coisinhas do cotidiano. Elas valem muito mais às vezes do que, de repente a, uma grande mostra, um gesto muito grande às vezes não revela a pureza dos afetos mais, singelos. Né?, loro” “Falou e disse, Ana” “Espero que, aí pra você essa mensagem anime essa quarta-feira que tá começando tão bonita”

terça-feira, 21 de abril de 2009

Bússola

Mas como é que podemos apontar para cima e para baixo se a única direcção que podemos dar como certa é o para dentro?