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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Nota sobre a arte moderna

Para lembrar que a arte moderna é expressão, é preciso, eu preciso do recurso a uma etimologia barata, e nem por isso inocente: ex-pressão – esmagar o signo contra os signos, para fora da interioridade da percepção. É assim que, por exemplo, opera Manoel de Barros ao falar de suas coisas-sapo, coisas-lesma, coisas-lata, coisas-borboleta. É uma epifania que só existe no papel, que só pode existir no papel. É assim também com os surrealistas e com Monet, com Debussy e Messiaen, com Buñuel, e, arrisco, também com Blanchot: quando o signo se desliga, quando ele mostra-se exterior, puro exterior que é ausência dessa interioridade causal ou originária, então é que passa a existir essa materialidade inexistencialista.

Donde digo que a materialidade é, para os modernos, a questão central. Não a materialidade sensível, mas essa outra, Pura. Somente desligando o signo de sua origem é que essa materialidade pode existir. Somente quando as causas e as origens perdem a importância é que é possível um outro lugar para a arte, um deslocamento no sentido literal.

3 comentários:

beta(m)xreis disse...

conhece Teorias do Símbolo, do Tzvetan Todorov? beijo

Anônimo disse...

conheço não. conta sobre, fiquei curioso.

beta(m)xreis disse...

recomendo. tem uma discussão que me lembrou bastante seu post. mesmo.